7 de mai. de 2011

O CONTÊINER NO INTERMODAL

   O sistema intermodal pode ser feito com a carga acondicionada em contêineres, ou então pelo sistema "roll-on/roll-off" (ro/ro), onde a carga acondicionada em contêineres é embarcada nos navios porta-contêineres ou "boogies", ou ainda carga embarcada sobre carretas. O contêiner pode ser transportado por caminhão, trem, avião ou navio.
   No transporte marítimo, os navios porta-contêineres  têm  autonomia própria, pois são operados por guindastes ou pontes rolantes com transbordo do contêiner, que  é efetuado dentro do navio, liberando veículo e equipamento sem depender de aparelhagens dos portos. Esse sistema chamado ro/ro, derivado dos navios de desembarque dos carros-de-combate na II Guerra, é capz  de atracar quase na areia da praia, permitindo a descarga  pela rampa existente  na proa. Por ele, tropas levavam  os primeiros contêineres , de madeira, com alimentos  e armas para o teritório ocupado(1).
   O ro/ro é empregado no Brasil para transporte de carretas com carga geral unitizada  e  contêineres sobre pranchas especiais.Esse sistema representa grande economia para prestadores de serviço e maior rotatividade  de veículos  e equipamentos. A agilização é total, porque são necessários de 2 a 3 minutos para uma oeração de carga  ou descarga  de cada unidade, sem o emprego de grandes investimentos nos portos.(2)
   Roll-on-rol ( ro-ro ), como o própeio termo diz, significa  que a carga  entra e sai  do navio sobre rodas. Dessa forma, ele pode incluir automóveis, semi-reboques com ou sem carga, tratores, contêineres  sobre roll-traillers, vagões ferroviários, enfim, qualquer carga que possa  entrar e sair rolando. O sistema é, portanto, uma adaptação  do ferryboat, mas que utiliza  navios especialmente projetados  para permitir a entrada e saída de carga , horizontalmente, sobre rodas. (3)
   No que pese ter sido a sua origem  em 1940, foi somente a partir de 1960  que o ro-ro passou a ser desenvolvido de forma comercial nas rotas do Mar do Norte.
   As vantagens do ro-ro são muitas. Mas,entre estas estão, a de habilidade  de operar sem necessidade  de sofisticados  locais de atracação e independência da existência de equipamntos  portuários. Outras vantagens: facilidade para transportar  uma grande variedade de cargas - contêineres, pallets, traillers, veículos em geral e material pesado e de grandes dimensões - bem como a habilidade de carregar e descarregar, em curto espaço de tempo, amentando a rotatividade do navio.
   Dependendo da carga a ser transportada,o navio ro-ro também tem que ser específico. Assim, temos o chamado puro, o de contêineres , carga geral e carga pesada. Os navios são projetados  especialmente  para o deslocamento horizontal da carga e equipados  com sistemas  de acesso-rampas e portas - que podem  ser localizados na popa, costado ou proa. Mas há casos em que, visado  a dar maior flexibilidade ou velocidade na movimentação de carga, mais de um acesso existe em um mesmo navio.
   Já o  acesso da carga ao navio é feito por meio de rampas que podem ser localizadas  na popa - em seguimento ao eixo longitudinal do navio - , na popa - em ãngulo fixo -, na popa - em qualquer ângulo - , no costado e, finalmente, na proa ( em seguimeto ao eixo longitudinal ). Uma vez a bordo, a carga se desloca de um convés ( verdadeiras garagens ) para outro por meio de rampas fixas, rampas móveis ou, em alguns casos, elevadores.
(1)Revista BR Editada pela NTC-Associação Nacional das Empresas de Transportes Rodoviários de Carga. nº 208
(2)Revista do Transporte Rodoviário de Carga-nº 176;
(3)Idem,nº 196.

O TRANSPORTE DE CONTÊINERES NO BRASIL

   A presença do contêiner no mundo subdesenvolvido  e no Brasil, em particular, é um fenômeno de recente  aparição.
   O porto de Santos foi o que recebeu os primeiros contêineres desembarcados por navios de bandeira norte-americana.
   Em 1970 o porto de Santos  não alcançou o movimento de 4.000 TEU [ twent foot equivalent unit ( unidade equivalente a 20 pés) ], uma década depois presenciamos um movimento no mesmo porto de 100.000 TEU.
   Para acompanhar esta revolução tecnológica, os principais armadores  do mundo vêm  adaptando  suas frotas. O Brasil, no que pese o seu subdesenvolvimento, não poderia  ficar alheio ao desenvolvimento dos transportes de contêineres. Portanto,  desde 1981 vem modificando seus navios para atender a esta nova modalidade de transporte internacional.
   É mister assinalar o trabalho da extinta PORTOBRÁS, que para fazer frente ao novo desafio, projetou e construiu o primeiro terminal para contêineres da America do Sul, na margem esquerda do porto de Santos, que entrou em funcionamento em meados de 1981.
   Como elemento unitizador de cargas , o contêiner impulsiona o multimodalismo. Esta nova abordagem institucional do transporte beneficia sem  dúvida a operadores, transportadores e usuários, na medda  em que torna eficaz e eficiente a intercambialidade de mercadorias.
   Ao falarmos em multimodalismo, não podemos deixar de considerar a importante participação dos sistemas rodoviários e ferroviários, ao operar o seguimnto terrestre no transporte de mercadorias unitizadas em contêineres.
   Da mesma forma  que os armadores e os portos atendem às exigências quanto ao uso de contêiner, o transportador rodoviário e ferrovário devem adequar-se para operar eficientemente esta nova especialidade. Assim, o transporte rodoviário e ferroviário de carga devem se utilizar do "chassi porta-contêiner" que é equipado com os mecanismos que permitem fixar o contêiner pela base, impedindo qualquer deslizamento durante o transporte. Os  vagões plataformas devem ser construidos ou adaptados com esses mecanismos. Esse dispositivo de travamento( "Twist lock") amarra o conteiner pelos dispositivos de canto("corner castings") fazendo com que durante o transporte terrestre( por rodovia ou ferrovia) o contêiner e o chassi trabalhem solidariamente, frente às forças dinâmicas que atuam sobre o veículo.
   A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT,  vem constantemente trabalhando na elaboração de normas que definem as características dos veículos rodoviários transportadores de contêineres , estabelecendo como princípio básico que, a fixação  do contêiner  deverá ser realizada  pelo "corner casting" através dos "Twist lock".
   Dentro deste contexto, o Governo brasileiro, em vista da importância da conteinerização  no transporte intermodal, legislou sobre o assunto, através da Lei 6288/75, dos decretos 80107/77 e 80145/77 e da portaria  do então Ministério dos Transportes nº 890/77.
   É óbvio que,face a grande evolução do transporte unitizado de carga, com modificações inclusive, de normas internacionais de Direito Marítimo, o nosso país terá, constantemente, de se adequar ás mesmas, aprimorando a sua legislação. Portanto, competirá ao estudioso ou profissional do ramo, se atualizar  sobre normas e regulamentos existentes no Brasil e no mundo, no que tange ao transporte de contêineres.

3 de mai. de 2011

LOGÍSTICA A REBOQUE - PARTE 1

   Apesar da Logística ter sido utilizada desde tempos remotos - Anibal, rei de Cartago, na África do Norte, com seu exército de 150 mil soldados e catorze elefantes, atravessou o estreito de Gibraltar, os Montes Pirineus e cercou Roma - no Estado Brasileiro, a logística está à reboque dos grandes empreendimentos governamentais.Para reforçar esta assertiva, basta rememorar a época da construção de Brasília,  que foi iniciada através de suprimentos aéreos e posterior abertura de estradas para aquele canteiro de obras.
   Atualmente, estamos assistindo a uma verdadeira negligência nas construções das arenas para a Copa do Mundo de 2014. Não se concebe elaborar projetos de construção dessas arenas, sem levar em consideração as vias de transporte com dimensões e estruturas modernas.
   Na ótica da Logística, caso não haja um redirecionamento dos projetos, a Copa de 2014 em diversas sedes( inclusive em Pernambuco), será um verdadeiro caos. Os transportes e as vias de acesso rápidas para o escoamento de torcedores, jornalistas e turistas, devem ser consideradas  à priori de quaisquer projetos  de construção de arenas.
   Esta é a nossa visão, como profissional de Administração e, especificamente, de Materiais e Logística; área da Ciência da Administração fundamental para a eficiência e produtividade de uma organização, seja ela pública ou privada, comercial, industrial ou prestadora de serviços.

2 de mai. de 2011

MUDANÇA, UMA REALIDADE PARA AS ORGANIZAÇÕES.

   Uma organização é um sistema social. Então.  as organizações públicas ou privadas, comerciais, industriais e prestadoras de serviços, constituem um sistema social. É nesse contexto que o Desenvolvimento da Organização se situa. D.O. se fundamenta em uma nova concepção do homem, da organização e do ambiene, enfocado na abordagem sistêmica da Administração.
   Quando falamos em mudanças, não devemos confundí-las com mudanças de ordem tecnológica , transferências e/ou interligações de órgãos, construção de novas rodovias, malhas ferroviárias, campos de futebol, arenas,  etc..É sabido que no Brasil ocorreram "mudanças", impostas pelo próprio desenvolvimento tecnológico  na década de 70, isto é, quer queira quer não  as empresas/organizações, como todas as estatais brasileiras, implantaram alterações , principalmente com o advento dos computadores.
   Mas, a verdadeira mudança, a que envolve a consciência coletiva da comunidade de quaisquer organizações ou empresas, não se operou, fazendo com que a maioria das empresas( principalmente os òrgãos públicos e as estatais) exaurissem os atuais modelos organizacionais, levando,  em consequência , as organizações a um encruzilhada, onde os dirigentes estão como que perplexos com uma realidade inexorável: mudanças profundas em suas bases mormente, levando-se em consderação os problemas regionais.
   A mudança que o D.O. preconiza,  está em tornar produtivos os valores, as aspirações e as tradições do indivíduo, na comunidade e na sociedade, para atender a uma finalidade produtiva comum. Queremos dizer com isso que, devemos preocupar-nos muito mais com o desenvolvimento da organização ,ou seja, da adaptação das empresas às necessidades, aspirações e´potencialidades do indivíduo, tornando a inovação empresarial no cerne da Administração.
   Mudança consiste numa alteração comportamental  interna da organização , que se limita. no caso presente, às empresas brasileiras, e em particular, as empresas nordestinas. Exige-se, portanto,uma mudança de mentalidade.( Que não ocorreu na VARIG/VASP/TRANSBRASIL/RFFSA  e muitas outras empresas, públicas ou privadas).
  

1 de mai. de 2011

A ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA SOCIAL COMPLEXO E CONTINGENTE

  Esta corrente de pensamento visualiza a organização como uma construção social que estrutura e possibiita a ação coletiva; uma solução adotada pelos homens para resolver os problemas que os afetam e para garantir o funcionamento e regulação da sociedade.
   A organização possui duas características dominantes: de um lado, ajusta as ações de indivíduos a um contexto que viabiliza a ação coletiva( cooperação ) dos mesmos e, por outro lado, é um sistema simultaneamente aberto( para fazer permutas e comunicar-se com o ambiente ) e fechado ( para preservar sua autonomia e identidade própria).
   Ao considerar a relação partes x todo, a organização é entendida  como um todo que funciona como tal em virtude dos elementos que o constituem e, ao mesmo tempo , é mais ou menos que a soma das partes, apresentando ganhos e perdas em decorrência da função dessas partes.
   Esta escola considera inevitável o surgimento  e a existência de contradições  e conflitos das partes entre si e das partes com o todo, cabendo , diante disso, encarar a vida organizacional como uma permanente administração de conflitos , negociações e pactos entre partes  e destas com o todo. Neste sentido, a maneira adequada de obter a contribuição  dos participantes em relação aos objetivos da organização  é pela negociação , implícita ou explícita, com os diversos participantes ( indivíduos ou grupos) dessa organização, a partir do reconhecimento de que cada indivíduo desenvolve - no seu âmbito de ação - estratégias para a manutenção  ou ampliação de suas margens de liberdade e poder de influenciação  e barganha.
   Considera-se, por outro lado, que o poder é inerente a qualquer ação coletiva e sua "concentração" ou "distribuição" depende do domínio que cada pessoa  ou grupo envolvido detém das fontes de incerteza vitais para a organização, como: (I) o conhecimento técnico; (II) o relacionamento organização x ambiente; (III) o controle das comunicações e fluxos de informações ; e (IV)  a autoridade decorrente das regras e normas prevalentes.
   Ademais, como construção social, cada organização é uma solução específica que determinados agentes criam com seus recursos e capacidade para resolver os problemas da ação coletiva . Desse modo, cada organização tem sua racionalidade própria, inerente e intransferível ,sendo precipitado  questioná-la ' a priori".
   A mudança organizacional, nesse caso, é um processo complexo de negociação e aprendizagem coletiva, através do qual os seus membros aprendem em conjunto, inventam e negociam/fixam os novos modos de realizar a ação coletiva.
   Em síntese:  a organização não é, nem pode ser,  como uma máquina, que possui um comportamento determinado e perfeitamente previsível. Pelo contrário, a organização é uma construção coletiva, um processo social vivo que está em movimento, Este processo operado por pessoas que sempre possuem alguma autonomia, comporta contradições e incertezas que são inerentes à própria natureza do fenômeno organizacional.
   É deste ponto de vista que visualizamos a organização do presente/futuro.