22 de mai. de 2011

A FERROVIA TRANSNORDESTINA

   O projeto de construção da ferrovia Transnordestina,, datado desde meados do século XIX, teve em 1954 autorização para a construção de um primeiro trecho Serra Talhada-Salgueiro, em Pernambuco, que deveria seguir até Missão Velha , no Ceará; apesar da autorização nada foi feito.
   O então, Ministério dos Transportes, em 1987, apresentou outro projeto da Transnordestina com vários trechos no interior de Pernambuco, além da recuperação de 1.635 Km. de ferrovia. Entretanto, nada foi realizado, ficando o projeto, mais uma vez, no papel.
   Em 1990, a Rede Ferroviária Federal S.A.-RFFSA, juntamente com o Departamento Nacional de Transportes, iniciaram a primeira etapa do projeto da Transnordestina no trecho Petrolina-Salgueiro. Entretanto, em 1991, surgiram denúncias de superfaturamento nas construções, e o Governo Federal suspendeu a construção , sem ter sido concluido nenhum trecho da ferrovia e nem a prometida recuperação do trecho  de 637 Km entre Salgueiro e Suape. Então, a partir de 1998, consumou-se a privatização da RFFSA e, consequentemente, da Transnordestina.
   Assim, a malha ferroviária do Norderste foi adquirida da RFFSA pela Companhia Ferroviária do Nordeste-CFN, atualmente denominada Transnordestina Logística S.A., que era composta das seguintes superintendências regionais:SR.1( Alagoas, Pernambuco, Paraiba e Rio Grande do Norte), SR.11( Ceará ) e SR.12( Piauí e Maranhão ). Esssa malha ferroviária possui 4.238 Km que se estende  pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,Paraiba, Pernambuco, Alagoas até a cidade de Propriá, em Sergipe.
   A ferrovia Transnordestina controlada  pela empresa  Transnordestina Logística S.A., o braço do transporte ferroviário da Companhia Siderúrgica Nacional  ( CSN ) , vai ligar a cidade de Eliseu Martins no sul do Piauí, aos portos de Pecém(CE) e Suape(PE), em forma de Y, sendo a cidade de Salgueiro o entroncamento(desvio) para Missão Velha, Piquet Carneiro e Fortaleza(Porto de Pecém), no Ceará.
   O empreendimento custará 4,5 bilhões de reais e a ferrovia  terá  1.728 Km de extensão se constituindo num corredor de exportação de produtos agícolas e do minério do semi-árido; vai facilitar, ainda,  o acesso ao sistema hidroviário do Rio São Francisco e ao ferroviário já existente na Região Nordeste.A ferrovia utilizará bitola larga/mista, isto é, haverá 1.193 Km de linhas  em bitola de 1,60m e o restante em bitola métrica(1,0m). Assim, não ,integrará a rede ferroviária da região , pois contribuirá numa quebra de bitola, criando assim, um obstáculo a mais para o tráfego entre os polos principais dentro e fora da região. Um trem, por exemplo, não poderia circular de São Luis ao Sudeste, passando por Fortaleza e Salvador.
   Com essa infra-estrutura na via permanente(linha férrea), não poderemos ter uma integração das malhas ferroviárias do Sul e Sudeste com as do Nordeste e vice-versa.
   Em síntese: O DNIT-Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes deveria elaborar um programa de padronização das malhas ferroviárias do país, estabelecendo, por exemplo,bitola mista, que contemplaria na mesma via permnente, tanto a bitola larga de 1,60m, como a métrica de 1,0m. Com isso teriamos uma logística ferroviária integrada, concorrendo paralelamente com o tráfego rodoviário, inclusive. favorecendo o intermodalismo das cargas,  e a consequente redução dos custos logísticos  no âmbito global.