16 de abr. de 2012

GARGALO LOGÍSTICO E OS DESAFIOS DA CADEIA PRODUTIVA

Gargalo logístico e os desafios da cadeia produtiva
O cenário econômico positivo no Brasil que provocou o aumento do consumo interno e gerou novos negócios, principalmente dos últimos anos, se refletiu em avanços significativos na infraestrutura do País. Os desafios logísticos, pelo contrário, continuam a exigir do empresariado brasileiro soluções paliativas para não comprometer a saúde financeira de suas companhias.
O gargalo atinge empresas de vários segmentos, mas os setores de bebidas é um dos que mais gastaram com logística no ano passado, segundo a pesquisa Custos Logísticos 2011, do Instituto de Logística e Supply Chain. Enquanto a média geral de gastos foi de 8,5% em relação à receita líquida, o setor de bebidas gastou 12,1%.
gargalo logisticoAs deficiências da infraestrutura logística brasileira permeiam todos os setores de transporte. Rodovias, portos e aeroportos sofrem com a falta de investimento, afetando a demanda e elevando os gastos. De acordo com o Banco Mundial, o custo da logística no Brasil equivale a 20% do PIB, o dobro dos países ricos.
O setor de transporte rodoviário, responsável por 76% da mercadoria que transita no País, atinge praticamente todos os pontos do território nacional, mas, por outro lado, é o que apresenta preços de frete mais elevados. Embora ofereça baixos custos fixos, os variáveis são mais altos, podendo ter alteração de acordo com questões que estão na esfera pública. Alguns dos exemplos são os valores do combustível e da manutenção das vias.
Com apenas 212 mil quilômetros de rodovias pavimentadas – enquanto a China e a Índia registram 1,5 milhão de quilômetros de estradas cada -, o Brasil possui um alto custo de conservação de sua frota. Afinal, a qualidade das estradas afeta diretamente o desempenho do caminhão e influencia no prazo da troca de peças, realizadas antes do previsto.
E os desafios não se restringem apenas à falta de aportes em infraestrutura. A carência de um planejamento urbanístico das grandes cidades também tem impactado o setor. As restrições do tráfego de caminhões nos principais centros urbanos do País têm forçado as empresas a buscar novas soluções. Especialmente para companhias, cujos clientes estão no coração dos municípios , seguir rotas e horários restritos de circulação de veículos exige uma grande ginástica logística. A compra de caminhões comerciais leves ou alteração do horário de trabalho são algumas das alternativas, porém implica no pagamento de adicionais noturnos aos empregados e no aumento das equipes de segurança, além do custo do período em que o veículo fica parado.
Apesar dos investimentos previstos pelo governo, as expectativas para o futuro não são tão animadoras. A escassez de fortíssimas altas no custo de mão de obra e os gargalos de infraestrutura serão somados aos aumentos de custos provocados pelo preço do óleo diesel, pedágio, caminhões e do salário dos motoristas e ajudantes. Com este cenário, o grande prejudicado será o Brasil, que perde competitividade frente aos países do mundo e encarece seus produtos com os altos valores logísticos embutidos.
Por Hamilton Picolotti – Presidente da Confenar – Confederação Nacional das Revendas AmBev e das Empresas de Logística da Distribuição


Para manter-se sempre atualizado assine nossa newsletter ou nosso feed.


em : domingo, 15 abr, 2012
0

Que bom que gostou. Gostaria de compartilhar?

Sharing this page …
Obrigado! Close

Adicionar novo comentário

15 de abr. de 2012

NASA vai desenvolver cadeia de suprimentos interplanetária


Redação do Site Inovação Tecnológica - 08/02/2006


Logística e cadeia de suprimentos ("supply chain") são termos bem conhecidos dos profissionais que lidam com a distribuição de mercadorias, tanto no atacado quanto no varejo. São temas do dia-a-dia de indústrias e distribuidores e, aparentemente, nada têm a ver com a exploração espacial.
Mas a NASA não pensa bem assim. Ela acaba de reunir pesquisadores de universidades e empresas privadas em torno do projeto "Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Interplanetária e Arquiteturas de Logística". A idéia é construir as bases para o fornecimento de bens e equipamentos em uma exploração espacial em escala interplanetária.
Uma cadeia de distribuição interplanetária inclui a transferência de bens, serviços e informações associadas, a partir dos fornecedores em solo terrestre, para os pontos de lançamento, a integração de cargas nos veículos espaciais de transporte, a colocação em órbita dessas cargas, sua tranferência entre as estações de órbita baixa e a Lua e Marte e, finalmente, a logística desses bens e equipamentos no local de destino.
NASA vai desenvolver cadeia de suprimentos interplanetária
"Ao contrário da missão Apollo, a exploração futura terá que estar calcada em uma complexa rede de fornecimento no solo e no espaço. O objetivo primário desse projeto é desenvolver uma visão compreensiva da cadeira de suprimentos e ferramentas de planejamento para a logística espacial," explica, David Simchi-Levi, um dos participantes do projeto.
Conceitualmente, a rede de distribuição espacial é muito similar à utilizada pelas grandes empresas aqui na Terra, mas com uma diferença significativa: o movimento entre os nós, no espaço, cria dependências de tempo e energia na rede como um todo, o que não existe na Terra. Este é tanto um desafio prático quanto uma oportunidade de pesquisa acadêmica.
Na fase inicial, os pesquisadores tentarão identificar analogias entre a cadeia de distribuição terrestre e a espacial, estudando casos concretos de fornecimento de bens de alto valor agregado e pequeno volume, operações de longa duração e fornecimento de bens para operações em locais remotos.
A próxima fase irá cobrir a análise da logística espacial propriamente dita, com a construção de um modelo de rede de distribuição terrestre-espacial integrada, onde os nós serão Terra-Lua-Marte-Órbitas e prováveis pontos de aterrissagem-exploração.
A terceira fase irá explorar a modelagem de oferta e demanda, agregando-se o elemento incerteza. Serão quantificadas as principais incertezas na oferta e demanda, incluindo variações na demanda, mix das cargas, custos de transporte e interrupções não planejadas na oferta, além de questões de armazenamento, como degradação, obsolescência e aquecimento de gases criogênicos ao longo do tempo. Estes dados serão utilizados para abastecer o modelo de rede de abastecimento, objetivando a simulação de diferentes cenários de logística, iniciando com o desenvolvimento do Veículo de Exploração da Tripulação (CEV) e testes de vôo em 2008.
A fase final irá alavancar os modelos anteriores e combiná-los com modelos existentes de logística espacial para desenvolver uma arquitetura de cadeia de distribuição espacial e os estudos de comércio correspondentes.


Outras notícias sobre: